quarta-feira, 13 de julho de 2011

Preços

Um projeto do CNPQ com o titulo Os supermercados e o consumo de frutas, legumes e verduras (FLV) orgânicos certificados, com a coordenação geral Dra. Julia S. Guivant e Dra. Maria Fernanda Fonseca e outros colaboradores, desenvolveu uma pesquisa realizada no mês de junho de 2002 nos supermercados da cidade do Rio de Janeiro especificamente para comparar os preços dos produtos orgânico, convencional e hidropônico (in natura e higienizado\processado) e o processo de formação de preço do produto orgânico dos produtores até a chegada aos consumidores.
O mercado da cidade do Rio de Janeiro é o segundo maior mercado consumidor do Brasil com um alto consumo de vegetais per capita e foi utilizado como objeto de analise e representatividade dos mercados consumidores de vegetais orgânicos nas demais capitais do Brasil. Foram pesquisadas as redes de supermercados Pão de Açúcar, Casas Sendas, Zona Sul, Carrefour e Rede Hortifruti na cidade do Rio de Janeiro, durante o mês de junho de 2003.

Três categorias de produtos foram pesquisados:
1. In natura, resultado de cultivo orgânico ou convencional que não passou por nenhum tipo de processamento para a comercialização, mas que está embalado e por vezes rotulado;
2. Hidropônico, produzido em cultivo protegido, sob água com uso de solução nutritiva (adubos químicos e agrotóxicos);
3. Processado / Higienizados, produtos obtidos sob cultivo orgânico ou convencional que passa por etapas de processamento, higienização e tratamento para a comercialização.

A pesquisa comparou os preços entre produtos “in natura “ convencionais com os orgânicos e a comparação de preços entre os produtos orgânicos e convencionais in natura teve o objetivo de levantar os valores entre estes produtos e entender as razões desta diferença.
A media dos vegetais orgânicos foi de 250 % acima do valor dos vegetais convencionais o que justifica a  “imagem” que o consumidor tem de preço elevado de um alimento orgânico. Realmente é uma diferença que leva o consumidor a criar uma barreira de compra do produto.
O tomate salada apresentou a maior diferença de preço (760%). Isto se deve, principalmente: pela elevada dificuldade técnica no cultivo de tomate orgânico, pelo hábito de consumo em saladas difundido entre os consumidores, bem como a divulgação, entre os consumidores, que a cultura do tomate é a que mais leva agrotóxico, assim como o morango.
A comparação dos preços de produtos hidropônicos e orgânicos já apresentou uma diferença média de 61 %, ou seja os orgânicos são mais caros também. A maior diferença encontrada foi o agrião (137%). A menor diferença encontrada foi no tomate cereja (5%).

           Entre 1999 e 2003, houve um aumento médio de cerca de 40% sobre o preço aos consumidores do produto orgânico, em relação, ao produto convencional embalado e rotulado nos supermercados da cidade do Rio de Janeiro. Também em decorrência deste aumento nos preços praticados, há maiores perdas nas prateleiras dos supermercados, principalmente das verduras. Como não há controle pelos fornecedores destas perdas, os supermercados abusam ao descontá-las deles.
Arcando com todos os custos (custo do produto, embalagem, logística), a margem média de 222% de lucro bruto entre preço pago ao produtor e o preço de venda ao supermercado não cobre as despesas de comercialização das pequenas distribuidoras. Além dos custos, as comercializadoras /distribuidoras respondem por todos os riscos envolvidos na transação e não há parcerias que viabilizem o aumento da escala comercializada. Dentro da cadeia, o supermercado demonstra uma posição confortável, pois não assume riscos de nenhum tipo. Além disso, dispõe de uma gama de fornecedores e pode ajustar os preços e sua margem de lucro livremente. O produto orgânico traz uma imagem positiva para o supermercado, pois, atende uma necessidade do cliente que demanda por alimentos saudáveis. Para o consumidor final, o preço mais baixo é encontrado nos segmentos de venda direta. 
O que o consumidor acha a respeito do preço do produto orgânico em comparação ao convencional.

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